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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Amor Acaba (Paulo Mendes Campos)

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ele esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos na solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido "iceberg", entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante  passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas sílabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outar coisa, o amor pode acabar; na compulção da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o polén e o gineceu de duas flores, em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira qe vertem os crepúsculos, caindo imperceptíveno beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desepero; nos roteiros de tédio para tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada pra nada; em cavernas de sala e quarto conjugado o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e  muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplismente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade;o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em outros lugares e a qualquer minuto o amor acaba.  
Quando uma porta da felicidade se fecha,
outra se abre,
mas costumamos ficar
olhando tanto tempo
para a que se fechou
que não vemos a que se abriu.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Panteras

É nós !!! Ganhamos a competicão, o grupo das panteras é o campeão!!!


Podiamos ter feito melhor, mas eu estou ciente que no que eu pude ajudar, eu ajudei. Tivemos brigas, por causas mínimas, mas no final, ganhamos e continuamos como era antes, amigas para sempre.


Sei que se nós nos empenhássemos mais, poderíamos ter dado um show. O que eu acho que faltou foi trabalho em grupo e empenho de alguns. Mas eu tenho na minha cabeça o assunto e quando me perguntarem o que é advérbio ( que nem diz a nossa música) eu responderei : ADVÉRBIO É A PALAVRA QUE O VERBO VAI MUDAR.

O amor pede palavra

O amor fala. Transborda em confidências, poemas, declarações, confissões, telefonemas, cartas, tudo o que produz voz e texto, tudo o que parece ser capaz de revelar seu mistério e acalmar nossos sentidos.
Desde que o primeiro ser humano foi atingido pelo amor-paixão, sentiu necessidade de dar nome ao fenômeno que o deixava sem palavras.Mas logo o amante percebeu que o nome não bastava. Era preciso compreender o amor. E vieram as metáforas (como se o chão fugisse de debaixo de meus pés, como se meu coração saltasse pela boca...). Mas compreender também não bastava, faltava o outro, aquele que desperta tão agradável desespero. E nasceu a fala amorosa. Mas nem mesmo o outro bastava. Sua presença só provocava... mais amor ainda.
Ao juntar violentamente as sensações do corpo com as da alma, como dois fios desencapados, o amor apaixonado nos coloca diante de um enigma. Não sabemos como lidar com ele. E então precisamos, desesperadamente, enunciá-lo. Para compreendê-lo, para comunicá-lo, para alimentá-lo e até mesmo para acabar com ele. Não existe amor mudo - o amor não se completa no outro, mas na palavra.
Por tudo isso, não surpreende constatar que o amor apaixonado é a matéria prima por excelência da literatura. Está presente nos romances, nos poemas, nas crônicas, contos, na literatura infantil, nos romances policiais, nos contos de fada, nas narrativas orais, nas histórias em quadrinhos. Antes que alguém lembre que os limites entre os gêneros literários andam tão esfumaçados como aqueles que delimitam amor e paixão.

frases para pensar !!!

"Quando vejo alguém fazer algo que julgo errado; cuido para não fazer o mesmo"


(Prof. Kilme Bezerra)

Aquele que tem medo do novo tem medo da vida, pois cada dia é um NOVO DIA. Vivendo e aprendendo...


Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional."


(Roger Crawford)

"Quem quer fazer arruma um jeito, quem não quer arruma uma desculpa"
 
"Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço."
" O pior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão gavernados pelos que se interessam."
ADVÉRBIO

é a palavra invariável que modifica o sentido do verbo. Pode modificar também o adjetivo e o próprio advérbio.

Os advérbios classificam-se de acordo com a circunstânciaque expressão: Afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, negação e tempo.

LOCUÇÃO ADVERBIAL

é o nome que se dá ao grupo de palavras com valor de advérbio.
CRASE

é a contração de duas vogais idênticas. Na escrita a crase é indicada pela presença do acento grave

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Uma História para Nunca Esquecer

Eu nasci na Itália, e vim para o Brasil com três anos para conhecer meu avô, mas na véspera de minha viagem aconteceu uma tragédia, meu avô morreu. Lembro de ver minha mãe triste e isso só aumentava minha vontade de tê-lo o conhecido, pois naquelas lágrimas pude perceber que meu avô foi um homem bom. Por muito tempo fiquei com aquela vontade dentro de mim, mas um dia levantei-me e percebi que nem tudo estava perdido, eu ainda tinha a chance de conhecer uma parte de meu avô, pois minha mãe era parte de vida dele e poderia me informar sobre passagens e momentos marcantes de sua vida.
Perguntei a minha mãe sobre meu avô, e ela me disse chorando que a palavra certa para descrevê-lo, era simplesmente a palavra "descontraído", pois meu avô não se importava com o que os outros diziam dele, mas o que realmente lhe importava era sua família em geral, mas de uma forma especial, seus filhos.
Uma passagem que lembrava muito meu avô, segundo minha mãe é que ele chegava com enigmas em casa que só ele conseguia decifrar. Minha mãe inclusive ria ao se lembrar de quando o pai dela lhe oferecia um chiclete e ela sem pensar duas vezes dizia que sim, ele com uma voz calma perguntava onde ela queria o chiclete, e ela respondia "Debaixo da cama" e ele simplesmente lhe falava "Vai lá buscar!". Minha mãe ria em contar que ela saia correndo para ter certeza de que ninguém teria tempo de colocá-lo no lugar pedido, chegava lá respirando fundo, ou melhor quase sem conseguir respirar de tanto correr, e quando ela olhava, lá estava o chiclete, embaixo de sua cama.
Minha mãe me deu uma caixa com moedas antigas e notas de vários países, que meu avô pediu para me entregar quando fizesse dez anos, pois ele mesmo não tendo me conhecido, falava que eu iria ser uma linda moça e seria responsável suficiente para cuidar do que era dele antigamente. Essa caixa tem uma história muito longa, mas, resumindo, meu avô ganhou quando fez dez anos, sua mãe lhe deu para que pudesse guardar uma coisa especial, que um dia poderia ser passado pela sua família. Hoje ainda tenho vontade de ter lhe conhecido, mas dentro de mim, uma parte o conhece, pois suas passagens mais marcantes estão dentro de mim, ou melhor dentro do meu coração.